Blue Valentine não é um romance convencional. Não espere a típica história "boy meets girl". Espere as idas e vindas de um casal contadas de uma forma não-linear. Na primeira cena do filme sua família nos é apresentada: ele, um pai carinhoso e trabalhador; ela, mãe carinhosa e trabalhadora; e a adorável filha dos dois completa o trio. O carinho do casal é dispensado somente à filha, suas brigas se tornam constantes e eles não possuem mais controle sobre elas. De tempos em tempos somos puxados para o passado, para quando tudo era belo e romântico. Todo o filme descorre nesse vai e vem de sentimentos opostos; uma hora os dois se amam sem restrições, na outra discutem aos gritos enquanto tentam reconciliar-se através do sexo.
O nosso entendimento da vida dos dois e suas ações não vêm imediato. Ficamos sem entender certas ações de Cindy e Dean, nos perguntando porque eles fariam uma coisa dessas, até que vem um flashback e boom!, tudo é esclarecido.
Michelle Williams e Ryan Gosling interpretam brilhantemente o casal protagonista (a injustiça do ano foi Gosling não ter sido ao menos indicado ao Oscar). Como não poderia deixar de ser, a força do filme está neles e em sua química inegável. Sem querer negligenciar a maravilhosa fotografia, ou a adorável cenografia de tons pastéis e vivos ao mesmo tempo, mas a presença de Michelle e Ryan na tela abocanha tudo ao seu redor. Foi como me senti: durante as quase duas horas de longa nada mais importava, só os dois e os sentimentos intensos (agradáveis ou não) que os envolviam.
Como já previsto, não espere um final comum de conto de fadas, mas sim um filme sensível e belo, onde as controversas emoções humanas se exibem e até o plano de fundo dos créditos é inspirador.
"You always hurt the ones you love. The ones you shouldn't hurt at all."
Estréia no Brasil: 10 de junho de 2011.
*Vão no blog da Nathália e leiam o conselho que ela dá sobre o filme no update desse post.
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